sábado, 30 de janeiro de 2016

Políticos suecos versus políticos brasileiros


Políticos suecos versus políticos brasileiros

José Maria Vasconcelos
Cronista, josemaria001@hotmail.com

Imagine viver em um país, onde políticos ganham pouco, andam de ônibus ou bicicleta, ocupam residência oficial de apenas 18 metros quadrados, dormem em poltrona, que serve, também, de cama. Lavam e engomam a roupa em lavanderia coletiva, cozinham a própria comida e são tratados de você. Não se trata de utopia, mas do cotidiano da cultura sueca, vigilante e cobradora. Os raros presos trabalham, estudam e não vivem entre grades. Filho de magnata estuda com os do lixeiro em escolas públicas. Vereadores sem direito a salário e secretária. Nenhuma autoridade, nem mesmo o rei, goza de regalias que cidadãos comuns não recebem.

Suécia e toda a Escandinávia (Noruega, Finlândia, extensivamente, Dinamarca e Islândia) formam o paradoxo da cultura brasileira, acostumada a levar vantagem com dinheiro público, tripudiando cidadãos.

Como explicar tanto desenvolvimento, nações que enfrentaram séculos de guerras e assassinatos, disputas religiosas, geográficas e políticas no passado? A metamorfose começou, praticamente, há algumas décadas, depois da conciliação entre católicos e luteranos. Adotaram paradigmas cristãos de responsabilidade, honestidade, civismo, a partir da escola. Implantaram a social democracia, em vez do capitalismo exacerbado. Severidade na aplicação e administração dos recursos públicos. Punição implacável a corruptos. Pesada tributação, que achata grandes fortunas, mas resulta em excelentes serviços públicos de encantar a concorrência privada.

A Escandinávia, em décadas de educação moral e cívica, desfruta da melhor qualidade de vida do mundo, graças, também, a missionários alemães, especialmente evangélicos, em passado remoto.

Cláudia Wallin, jornalista brasileira radicada na Suécia, registrou conversas com deputados e a população. Em seu livro, UM PAÍS SEM EXCELÊNCIAS E MORDOMIAS, descreve a conduta franciscana dos políticos, que desconhecem tratamento de EXCELÊNCIA, não aumentam o próprio salário e não entram na política para enriquecer. O livro serve de tabefe nas caras de pau que assaltam a nossa dignidade nacional.

Cidadãos precisam extrair lições da Escandinávia  para eleger líderes patrióticos e éticos de qualquer confissão religiosa ou partidária. O ensino obrigatório de moral e civismo deve retornar às salas de aula. Falta muito nos libertarmos do jeitinho brasileiro de levar na malandragem a coisa pública. Por enquanto, só aprendemos a conviver com a  Síndrome de Estocolmo: exaltar e eleger nossos corruptos, com a paixão de bela sequestrada pelo sequestrador.   

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