quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Pastores evangélicos abraçam Roma


Pastores evangélicos abraçam Roma

José Maria Vasconcelos
Cronista, josemaria001@hotmail.com

O protestantismo ultrapassa 20 mil divisões no mundo. Quantas? 20 mil. Uma simples divergência teológica entre pastores pode eclodir nova igreja. Acrescentem-se ainda motivos de ambições pessoais, inclusive financeiras, cisma atrás de outro.

Igrejas, especialmente as mais antigas, muito contribuem para a formação cristã, especialmente dos jovens. Entretanto, nos últimos tempos, fundam-se templos até em fundos de armazém; tempos depois, rompem fronteiras, atingem continentes, pregam multiplicação dos pães e peixes, milagres fantásticos de duvidosa credibilidade e conveniência divina.

Neste cenário de tantos donos de igrejas, brilhante pastor americano, Scott Hahn, começou a questionar os verdadeiros fundamentos bíblicos para tanta confusão e interpretações. Observou que a Igreja Católica, apesar dos deslizes cometidos através dos séculos, continua unida, sob a batuta de um chefe cognominado Papa, bem como o clero, que não são donos de nada.

Pastor Scott, nasceu em 1965, ex-membro da Igreja Presbiteriana, apaixonado pelos estudos bíblicos, desde jovem, letrado, professor universitário, vários livros publicados; o mais recente, TODOS OS CAMINHOS LEVAM A ROMA. Catedrático, Direito e Economia, PHD em Teologia Bíblica. Não só se dedicava a interpretar as Escrituras, segundo a teologia protestante, mas pesquisava doutores da Igreja Católica, como Tomás de Aquino, Santo Agostinho e Santos Padres dos primeiros séculos do cristianismo, além das encíclicas papais. Aprofundou-se nos temas referentes à ALIANÇA de Deus com os homens, a partir da Criação, que se estendeu pelos patriarcas, completando-se com Sagrada Família, a tarefa da Virgem Maria, as pregações de Jesus Cristo, a constituição de sua Igreja e exigindo união, “um só rebanho e um só pastor”, a quem prometeu assistir até o fim dos tempos, acompanhada pelo Espírito Santo. A família, símbolo da ALIANÇA. O Mestre, na última Ceia, consagrou o pão e vinho, elementos essenciais e saudáveis na cultura humana: “Isto é o meu corpo... o meu sangue da Nova Aliança... Fazei isto em memória de mim”. Além desse tema, Scott centrou-se em Maria e na exagerada devoção dos católicos, enquanto protestantes a eliminam do plano da salvação. Sua esposa Kimberly Hahn, evangélica radical, quase se divorcia do marido, por turbulências religiosas. Scott batizou-se no catolicismo, depois de cinco anos de reflexões e discussões, em casa e no convívio presbiteriano. Perdeu empregos nos centro educacionais evangélicos, demorou o reconhecimento no meio católico. Sua decisão, depois a da esposa, custou-lhes isolamento e crise financeira.

Scott recebeu convite do Papa Bento XVI e de dezenas de bispos para lecionar em centros universitários em diversos estados americanos. Atraiu mais de cinquenta pastores para o catolicismo. No livro, TODOS OS CAMINHOS LEVAM A ROMA, o casal convertido narra todo o processo da transformação. Escrevem e ministram palestras, mundo afora, sobre família, oração, liturgia, Bíblia, Nossa Senhora, sacramentos. Cá entre nós, até eu me converti a algumas ideias desse notável ex-pastor.             

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