domingo, 29 de janeiro de 2012

ESTÓRIA A RESPEITO DO POVOAMENTO DE BURITI DOS LOPES (*)


Vicente de Paula Araújo Silva “Potência”
        
Ainda no verão de 1690, aventureiros lusitanos, pernambucanos e baianos, passaram a ocupar o vale oriental da Ibiapaba, onde missionários jesuítas haviam pacificado os índios. Então, os Crateús, sentindo-se oprimidos pela invasão  colonizadora, fizeram fortes ataques a esses curraleiros, que atemorizados pediram socorro ao Governo do Brasil.
         Diante desse fato, vindo pelo sertão das Cajazeiras,  chegou  a região o português  Capitão Bernardo de Carvalho Aguiar conseguindo a pacificação daqueles selvícolas.     Após esse fato, vendo reais possibilidades de ganhos econômicos, resolveu também criar currais de gado . Assim, instalou-se inicialmente, em Cabeça do Tapuio (São Miguel do Tapuio), de onde seguiu em 1694 para a Bitoracara (Campo Maior) ,  e posteriormente para a Villa Velha da Parnaíba (São Bernardo -MA). É considerado o fundador dessas cidades.  Continha o seu aparato militar, índios domesticados chamados de  “Cablocos Reais” por estarem a serviço do reinado , um padre missionário e aventureiros portugueses. Acredita-se que estavam nesse grupo os portugueses  Francisco Lopes e Manoel Peres Ribeiro, pois os mesmos e outros lusitanos, também se estabeleceram  no vale do rio Longá, em 1703, tendo o  primeiro fincado curral na beira do riacho Burití, nas proximidades da “Barra do Longá, e o segundo nas datas Santo Antonio da Boa Vista  e Almas, localidades essas que em 1720.  integravam a Villa de Nossa Senhora de Monserrate da Parnahíba., e  posteriormente formaram o município de Burití dos Lopes, estando atualmente inseridas nos municípios de Esperantina e Joaquim Pires, respectivamente.
       Sabe-se que após, a morte de Antonio Cunha Souto Maior, em 1712, o então fazendciro Bernardo Carvalho de Aguiar, retornou as atividades militares com a patente de Mestre de Campo, e alguns de seus antigos companheiros retomaram os seus lugares  na tropa de combate aos índios em revolta no norte da Capitanía do Piauí. Foi no exercício da função militar de Sargento-Mor da Villa de Nossa Senhora de Monserrate da Parnahíba,  que Manoel Peres Ribeiro matou Mandu Ladino.
      Mas, o que  leva a crer,  a relação de Francisco Lopes com Bernardo Carvalho de Aguiar, é que esse arrojado militar, em toda a sua existência,  deixou de cumprir apenas uma ordem superior. Foi a prisão de um membro da família Lopes, que se fazia necessária, por questão que envolvia a invasão do mesmo às terras dos índios Tremembés no Delta do Parnaíba.
      Após a morte de Mandu Ladino, a pressão política sob influência da Igreja, foi muito forte sobre a pessoa de Manoel Peres Ribeiro, fazendo com que o mesmo retornasse a Portugal. Ocupou o seu lugar provisoriamente, Antonio de Oliveira Lopes, que  solicitou  a confirmação no posto de Sargento-Mor da Vila de Nossa Senhora de Monserrate da Parnahíba,   ato consumado em 07 de maio de 1724.

(*) O vertente artigo foi baseado em documentos que não puderam ser anexados à postagem.

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