sábado, 1 de maio de 2010

SOBRE POEMITOS E OUTROS MITOS

Osvaldo Monteiro




Dois livros me fizeram a cabeça neste feriadão do meu colega Tiradentes. Um apocaliptico o outro apologético de tipos da velha Parnaíba.

No primeiro, sustenta o seu autor John Gray, professor do pensamento europeu, na sua obra “Cachorros de Palha” que o planeta Terra não suportará a carga de seis bilhões de humanos lá pelos anos 2040. Conclui que a Biosfera é muito mais antiga que o homem e portanto mais poderosa que este e que certamente livrar-se-á dessa carga nefasta e parasitária com seus artifícios bastante previsíveis como por exemplo maremotos, terremotos, pestes virulentas, etc.etc. Essa gripe suína, aqui já acrescenta eu, foi como que uma pequena amostra e atentem a predileção por fêmeas grávidas: esse pessoal está fazendo menino muito ligeiro, quase como uma progressão geométrica! E aí entra as pesquisas de Maltus. Não é uma pequena amostra? Outra, aquela bufa de um velho vulcão lá nos confins da Islândia fez paralisar o sofistica do trânsito aéreo europeu quiça do mundo! Fiquemos por aqui na corda bamba e vamos que vamos de rapel.

O segundo livro muito mais interessante. “Poemitos da Parnaíba” de Elmar Carvalho, bem mais ameno, uma poesia solta de amarras, agradável, moleque, desentoxicante e quase diria se fosse um “expert”, cordélica.

Enquanto lia Elmar Carvalho, ouvia Zé Ramalho, um outro poeta e cantador e encantador. Já meio bebum, moderação nos prazeres da mesa me parece hipocrisia, baralha-me as palavras sonoras do Zé com as rimas do Elmar , e, se permitisse o acaso neste ocaso de tarde diria com paideguíssimo prazer que a labuta do Elmar surtiu efeito: - o poeta continua a superar-se, atracado nas musas como político no cargo, surpreende e instiga como todo bom poeta.

Então a “coisa” foi mais bela que cú de gia e bem mais formosa que um hipopótamo insone. Louvores ao poeta e ao chargista, louvores a asa da barata torta, louvores á transposição do chifre da cabra na perseguida da Maria das Cabras!

Junto-me sentimentalmente aos moleques com as c abeças cheias de idéias e fantasias, aos excercícios universais daquele prazer solitário próprio da juventude... e então ela surgia mesmo como uma fada encantada entre véus diáfanos...

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