segunda-feira, 19 de abril de 2010

INSTITUTO HISTÓRICO SE ALIA À DESINFORMAÇÃO

Reginaldo Costa

Nomes, cargos, encargos e atividades atuais dos "mumificados" do Jornal Inovação, da esquerda para a direita: 1º plano: Bartolomeu Martins - artista plástico e servidor da CEF, da qual foi gerente de agência, Vicente de Paula (Potência) - projetista elétrico, compositor e escritor, Elmar Carvalho - escritor, poeta, blogueiro, membro de várias Academias de Letras (entre as quais a Parnaibana, a Campomaiorense e a Piauiense) e magistrado e Canindé Correia - coordenador de Educação do SESI, membro do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba (IHGGP) , escritor e ex-secretário municipal da Educação; 2º plano: Danilo Melo - secretário municipal da Educação de Palmas (TO), poeta, membro da APAL e professor universitário, Francisco (Neco) Carvalho - escritor e advogado bem sucedido no DF, Diderot Mavignier - historiador, ativista cultural e membro do IHGGP, Franzé Ribeiro - funcionário da Secretaria Estadual de Fazenda e idealizador de instituição para tratamento de dependentes químicos (em construção), Sólima Genuína - escritora e servidora do SESI, Bernardo Silva - professor, jornalista, radialista e apresentador de TV, Reginaldo Costa - escritor, jornalista e servidor da Secretaria de Educação de Palmas e Paulo Martins - empresário e artista plástico; 3º plano: Jonas Carvalho - escritor, professor de Processo Penal, doutorando e advogado renomado, Israel Correia - escritor, compositor, venerável da Fraternidade Parnaibana, membro da APAL e ex-diretor do CMRV/UFPI em vários mandatos, Porfírio Carvalho - escritor, indigenista e diretor de fundação de defesa do índio, Wilton Porto - poeta, professor, jornalista, membro da APAL e do IHGGP, Alcenor Candeira Filho - professor da UFPI, procurador federal aposentado, poeta, escritor, membro da APAL e da APL e secretário municipal da Educação e Flamarion Mesquita - artista plástico e professor. Portanto, as "múmias" estão bem vivas e em plena atividade, graças a Deus.

Sob o acobertamento de Editorial – Editorial porque não assinada e, consequentemente, opinião da publicação -, a revista “Histórica” (outubro de 2009), órgão de divulgação do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba, publicou matéria sob o título “O libertador de Cuba. O ajuste de contas da juventude transviada”, mesmo título do livro de Antônio de Pádua Marques Silva, em que faz associações preconceituosas sobre a existência do Movimento Social e Cultural Inovação, do qual tive a honra de ser um dos precursores.
Pra começo de conversa, o Movimento Social e Cultural Inovação é inatingível, por sua própria essência e por seus propósitos nobres. As pessoas que dele participaram, por amor à cidade, dedicaram suas vidas à defesa do bem comum, tarefa que demanda, acima de tudo coragem e desprendimento. Durante toda a existência, o Movimento cumpriu plenamente o seu papel, e bem acima das expectativas, dando origem ao Jornal Inovação, cuja luta principal, foi denunciar as falcatruas e a maldição do preconceito em todos os níveis, vícios que perduram até os dias atuais, como bem demonstra a matéria publicada na revista.
Mais de duas décadas se passaram, e, de lá pra cá, ninguém, nenhum grupo se atreveu a enfrentar as forças do obscurantismo, da forma como o fizemos, sem sermos subornados. A vinculação maldosa, feita por pessoas distantes daquele momento histórico, faz parte do estágio mental em que elas se encontram, presas à crueldade das suas próprias deficiências. Em pleno século XXI, vincular o Movimento Inovação a Cuba corresponde à nojeira dos velhos tempos, em que comunista merecia ser execrado em praça pública. Só que os destemidos de gabinete jamais apareceram para atirar a primeira pedra.
Em relação às “bebedeiras”, argumento de falsos moralistas, utilizado pelo autor para desmerecer as conquistas positivas do Movimento, afirmo, que para cada uma delas, havia um nascedouro de poesia, um compromisso com a sociedade. Por defendermos a igualdade de direitos, a plenitude democrática, as relações sociais de cordialidade, jamais se articulou a possibilidade do uso de instrumentos contrários a nossa natureza, e os objetivos do Movimento.
Outro grande erro: em nenhum momento assumimos a iniciativa de queima dos tapumes da Praça da Graça. “A batalha de paus, pedras e cacos de garrafas” fica por conta da imaginação fértil do articulista, que, infelizmente, se esqueceu de lembrar de que o ato de pesquisar não se realiza com preguiça. Gostaria de esclarecer, de uma vez por todas, que Inovação era um Grupo de gente inteligente, bem humorada, responsável, otimista, que amava a liberdade, contrária a qualquer tipo de submissão, avessa à mentira e à violência. Pessoalmente, jamais revidei as agressões físicas as quais me submeteram publicamente, por inúmeras vezes. A revolução que fizemos foi com sorriso, música e poesia, tendo como única arma o poder da palavra.
No livro “O grito de uma geração de idealistas”, de minha autoria, a ser lançado em breve, além de contar a empolgante história do jornal alternativo mais importante do estado do Piauí em todos os tempos, e das relações que estabeleceram os vínculos do Movimento com a cultura, a política e os movimentos populares, mostro a dimensão das pessoas e de todo o processo enfrentado pelos que viveram a época e souberam construir fatos importantes para a compreensão da realidade presente, diferente de quem se aboleta pelas salas com ar condicionado, mal informado, veiculando intrigas.
Como bem demonstra a vida material e espiritual, tudo se transforma com o passar do tempo, renovando energias. Nada permanece por toda vida. Conforme diria o célebre professor Benedicto Jonas Correia, que apesar da idade avançada estava em sintonia com os ideais do Movimento, apenas os imbecis se negam a enxergar a dinâmica das coisas e da própria existência. Atrelado ao que existe de mais atrasado na imprensa, a invencionice, o jornalista se deixa levar pelos ventos que conduzem ao retrocesso histórico. Nesse particular, recomenda-se abandonar os condados, aprender a se espelhar nos “mumificados” que se destacam em várias atividades humanas pelo Brasil a fora, ouvir os “mumificados” que permaneceram em Parnaíba - para identificá-los basta ler o artigo do poeta Wilton Porto -, e não ficar zanzando pelas praças e avenidas, perdido entre a dúvida e o preconceito, utilizando-se de inverdades criadas do universo reduzido de sua inteligência para perpetuar a mentira, oportunizar a preguiça, negando-se reconhecer a função básica do jornalismo que é a coleta de informações verdadeiras para trabalhar a notícia. Como se vê na matéria, o articulista não sabe, sequer, o tempo de duração do Movimento, que foi de dez anos, e, pelo visto, não leu a própria revista, em que, na contra-capa da mesma edição, destaca as palavras de Lozinha Bezerra: “Quase sempre os detalhes dos acontecimentos valorizam o trabalho de quem a escreve, haja vista que, o artifício literário do historiador seja fundamental no processo que desperta a atenção de quem lê ou de quem a vivenciou...”
E aí, ante tanta insegurança nas informações passadas pelo autor, vale a pena lembrar o que está à página 146 de “Encontros com o Insólito”, de Raymond Bernard: “Infeliz do homem que vaga ao longo dos dias, voltado para si mesmo, em sua própria contemplação, tendo por únicos guias suas desconcertantes quimeras, suas falsas esperanças, suas enganadoras certezas, a indulgente avaliação de si mesmo e sua dolorosa vaidade”.
Ainda quanto aos “mumificados”, de que fala o autor, chegaram a esse estágio certamente por estarem entre os indivíduos de qualidades espirituais compatíveis aos bons, que o tempo fez ricos em dignidade, e que por isso reagem em silêncio, porém, com a mesma indignação dos velhos tempos, ao ver oportunistas, corruptos e mentirosos se sobressaírem em sociedade cada vez mais desigual e, por isso, degradante.
Pergunto: qual a finalidade de se referir de forma negativa sobre o passado histórico de um Movimento que uniu gerações e alimentou sonhos de milhares de cidadãos? Impressiona a forma com que um Instituto Histórico, ao invés de aprofundar a pesquisa dos assuntos de interesse coletivo, se alia à informação vesga, para se referir, da maneira que ali está, a importante Movimento que aconteceu na cidade. Queiram ou não.
Esse jornalismo piegas é que mantém a categoria com a mentalidade de outrora, pobre em idéias, amarrada às oligarquias carcomidas pelo tempo, que insistem em permanecer inabaláveis nos hábitos, impregnadas em indivíduos mal informados, que se negam a conhecer e reconhecer a verdadeira História.
Por fim, para os que não sabem: quem viveu aquela bela história de renúncia tem muita coisa pra contar às próximas gerações, pros filhos, pros netos.
Portanto, um trago de tequila em desabono à insensatez.


Nenhum comentário:

Postar um comentário