sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O VINTE DE AGOSTO - DIA DO MAÇOM


O Vinte de Agosto – Dia do Maçom

Simão Pedro

Ainda é necessário ao mundo o estabelecimento de datas para nos lembrar fatos marcantes que tiveram importância em nossa vida social. Desde a antiguidade, o homem buscou registrar no seu calendário datas festivas para trazer ao presente lembranças relacionadas à sua vida e ao grupo social em que se achava inserido.
Diversas datas de caráter pessoal, cívico e religioso são por nós conhecidas, podemos destacar o dia da Pátria, o dia de São João Batista, nosso padroeiro, o dia do nosso nascimento e morte, o dia do nascimento do Mestre Jesus, o dia do Maçom. Necessitamos ainda destes recursos na atual fase evolutiva que nos encontramos.
O dia do Maçom é comemorado em 20 de agosto, todos os irmãos se confraternizam para lembrar a importância do nosso papel na construção que temos a realizar, dentro de nós e em prol da sociedade. Esta data está relacionada com o dia da Independência do Brasil, segundo Castellani, em “Os Maçons que fizeram a história do Brasil”, “No dia 20 de agosto, durante uma sessão do Grande Oriente presidida por Gonçalves Ledo, Dom Pedro era aclamado Imperador do Brasil, tendo ocorrido, nesta sessão, a verdadeira proclamação da independência feita pela Maçonaria Brasileira, doa a quem doer...” neste ponto, iniciamos uma reflexão acerca desta data. Será o Dia 20 de agosto verdadeiramente o Dia do Maçom? Do ponto de vista pessoal chegamos a conclusão que o dia dos Maçons não pode estar atrelado a uma data em nosso calendário, a um dia de um mês qualquer, o dia do Maçom não é para ser comemorado da forma como se comemoram as datas no mundo profano, é antes de tudo uma oportunidade de reflexão a ser feita durante todos os dias e meses do ano.
Quando fomos convidados a nos libertar das trevas da ignorância do mundo profano, realizamos na câmara escura uma profunda reflexão sobre a nossa morte para este mundo e o nosso renascimento para o mundo das luzes. Feito isto, renascemos e tivemos a oportunidade de conhecer a luz, iniciar nossa caminhada pela escada de Jacó. Mas, como chegar ao objetivo sem o esforço na caminhada? Na busca da verdade o trabalho sempre é o melhor recurso, sem ele não alcançamos a luz; a marcha é a do dia a dia, é a vivência diária, inicia-se ao meio dia, só terminando a meia noite.
Quando o aprendizado é bem compreendido, as virtudes afloram em nossos corações, é chegada a hora de fazer brilhar a nossa luz, espargindo-a no meio social em que vivemos. O nosso exemplo, nossa conduta, nos credencia ao reconhecimento do mundo profano, para o qual somos espelho. Muitos dirão: Este homem é virtuoso! Este homem é um servidor! Outros irão dizer, é um Maçom! Este reconhecimento não deve servir de alimento ao nosso orgulho, deve ser recebido com humildade, não devemos permitir que a vaidade tome conta de nós, a principal virtude de um Maçom é a humildade. Só o estudo e a transformação moral levarão o Maçom a compreender que “Somos filhos da luz!”, Co-participes da grande obra. Atentai bem meus irmãos, grande é a nossa responsabilidade. Continuando fiel ao nosso compromisso teremos ao final da nossa jornada, o acolhimento do Grande Arquiteto, ele nos abrigará entre os justos e lá, do oriente eterno, continuaremos a grande obra, onde mais trabalho nos espera.
Busco nestas reflexões não diminuir a grandeza desta data e a sua importância, longe disso, procuro destacar seu real significado. Ao final das minhas conclusões, dado a grandeza do momento, busco no poeta, o socorro necessário. As palavras me faltam meus Irmãos, a poesia nos eleva aos céus, nos aproxima do Criador e enche de paz nossos corações. Deixo a cargo do Poeta e Irmão Elmar Carvalho a finalização do trabalho, lendo seus versos recheados de sabedoria:

Mística

I

Arrebatado por um carro de fogo
eu próprio em fogo transformado
os céus galguei
as fúrias todas como um louco aplaquei
e a escada cintilante de Jacó
passo a passo subi
Devassei as vísceras mecânicas
da baleia do profeta
e a gênese do primeiro
átomo desvendei.
Penetrei o caos primacial
e o primeiro vagido
da vida escutei.
E Deus estava lá
por trás de tudo:
logo após em regressão
a explosão do átomo primordial

II

Meu anjo da guarda
em sete anjos transmudado
minha guarda de honra revistava
e com sua espada de fogo
ou raio laser
franqueava-me a entrada
da gruta dos leões
enquanto Daniel dormia
à minha sombra

Viva a Maçonaria! Viva a liberdade que temos hoje de buscar a igualdade. Que nossos corações se unam na fraternidade. Salve o Vinte de agosto! Salve os “Heróis da Pátria” Salve os heróis anônimos de hoje; Salve os irmãos da nossa Loja Heróis da Pátria. Que o Grande Arquiteto permita seguirmos juntos nessa escola abençoada rumo a perfeição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário